Primeiramente, os laços afetivos da criança se restringem ao
grupo familiar, que tem o papel primordial de apresentá-la ao mundo. Nesta
fase,a criança olha para o mundo com os olhares da mãe, do pai e das figuras
que são referências para ela. Esses têm uma grande responsabilidade nas mãos:
ensiná-la como estabelecer vínculos com outras pessoas.
Mais tarde, com a inserção da criança na escola, seu campo
de referência se expande com o convívio com os professores e seus colegas de
classe. É nesta fase que a criança começa a estabelecer novos vínculos além do
grupo familiar.
Por meio de seus educadores(pai, mãe e professores) a
criança aprenderá como reagir ao estímulos dos ambientes em que vive. Desde cedo é importante que se ensine a
importância de estabelecer amizades, mas ainda mais importante é ensiná-la como estabelecê-las.
Existem vários motivos que impedem o estabelecimento saudável
de vínculos de amizades. Podendo a dificuldade ser o reflexo de uma
psicopatologia ou patologia médica -que deve ser investigada e tratada o mais
precocemente possível- ou até mesmo porque a criança simplesmente não aprendeu
como fazê-la, a faz de forma errada ou não teve oportunidade de fazê-la.
Quando uma criança não aprende ou tem dificuldades de
estabelecer amizades, ela pode levar consigo essa característica para a vida
adulta e enfrentar dificuldades como: dificuldade em se relacionar no trabalho,
dificuldade em estabelecer vínculos amorosos,ter seu círculo de amizade muito restrito ou nulo,
dificuldade em se expressar em público, dentre outras que podem afetar
significativamente suas relações pessoais, sociais e profissionais.
Portanto, os pais devem ficar atentos ao comportamento infantil, sendo que alguns deles pode ser observado:
- · Sempre evita contato com pessoas desconhecidas;
- · Falta de civilidade
- · Falta de empatia
- · Falta de autocontrole e expressividade emocional
- · Incapacidade de fazer amizades
- · Dificuldade em resolver problemas interpessoais
O próprio familiar também deve observar seus comportamentos,
pois a dificuldade da criança pode ser o reflexo do comportamento dos pais. Um
pai que evita constantemente ficar em ambientes que requeiram uma interação
social, pode influenciar seu filho a repetir o mesmo comportamento. Estar
atento aos relatos dos professores sobre o comportamento também é uma maneira
de identificar se seu filho passa por dificuldades de estabelecer amizades.
Por muitas vezes esses comportamentos indesejáveis podem ser
beneficiados com uma psicoterapia. A depender do caso, o tratamento poderá
envolver tanto a criança quanto os pais, sendo a colaboração desses peça-chave
para o sucesso do tratamento.
Para crianças que têm essas dificuldades, a terapia
cognitiva comportamental pode trazer grandes benefícios. Uma das propostas
dessa terapia é o treino de habilidades sociais, que visa proporcionar à
criança o aprendizado das características que possibilitam sua interação social
saudável.
As técnicas usadas dependerá do caso específico, mas a
participações das figuras de referência da criança é indispensável.
Portanto, fique atento: como seu filho lidará com suas
relações interpessoais na infância, adolescência e idade adulta dependerá de um
processo de aprendizado que se inicia logo cedo. Esse aprendizado ou falta
desse pode ser reorganizado com a ajuda de um profissional de psicologia e da
família.
Quanto mais cedo se inicia o processo de mudança de
comportamento social indesejável, menores serão os prejuízos futuros.
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