sábado, 14 de março de 2015

5 fatores que contribuem para a ansiedade na infância e na adolescência

É muito comum que os pais relatem que seu filho é muito ansioso, mas quando questionamos a motivação da ansiedade muitos pais têm a dificuldade de identificá-la. Como já vimos aqui, a ansiedade é algo natural de todo o ser humano( entenda porque ficamos ansiosos), mas ela se torna um problema quando os sintomas se maximizam a ponto de nos limitar.

 Em crianças e adolescentes essa limitação pode atingir sua convivência familiar ,seu desempenho na escola e sua funcionalidade social. Crianças e adolescentes ansiosos podem apresentar os seguintes comportamentos e pensamentos:


  • Medo de ir para escola;
  • Medo de lugares ou situações;
  • Preocupar-se excessivamente com que as pessoas pensam sobre ele;
  • Preocupar-se com coisas que não competem a ele, como por exemplo, as contas da família;
  • Achar que não é amado;
  • Sentir-se desvalorizado;
  • Sentir-se inferior aos demais;
  • Chorar muito;
  • Sentir-se culpado.


São muitos os fatores que podem desencadear a ansiedade na infância e na adolescência e por isso é necessário observar algumas situações como:

Relacionamento com os cuidadores: a forma como os pais lidam com os estressores do dia a dia é observada pela criança ou o adolescente e estes tomam para si que aquela é a maneira de lidar com as situações. Os padrões de comportamento são passados para os filhos, por isso é necessário que pais ansiosos procurem desenvolver no dia a dia comportamentos mais funcionais para lidar com sua própria ansiedade. 

Conflitos conjugais: os conflitos entre pais, irmãos ou outros membros da família podem causar sintomas ansiosos na criança. Muitas vezes, a criança assisti a discussões entre pessoas que são importantes para ela e mesmo não se pronunciando, cria milhões de expectativas negativas sobre o futuro da família. É muito importante que os pais esclareçam as dúvidas que possam surgir após a exposição da criança a brigas, assim ela poderá elaborar seus medos.  

Violência: a violência sexual e física levam a diversos transtornos emocionais, inclusive a quadros ansiosos. Nesses casos é preciso que os cuidadores observem as "pistas" dadas pela criança, como  por exemplo, mudanças significativas no comportamento social. Caso você desconfie desse tipo de abuso, procurar orientação profissional é um passo primordial. Outro fator que devemos observar é a violência na comunidade em que a criança vive. Conversar sobre como ela percebe a violência a que é exposta é necessário para que ela possar expor seus medos e expectativas. 

Desastres ambientais: deslizamentos de terras e enchentes são muito comuns em nosso País e podem levar  a um quadro ansioso  pelo medo que a criança desenvolve de perder sua família, seus pertences ou sua residência. Em momentos como esse é muito importante o apoio emocional vindo dos pais ou de parentes que não foram afetados pelo desastre. 

Cobranças: Crianças que são muito cobradas podem desenvolver a crença de que sempre têm que corresponder as expectativas dos outros, o que pode levá-las a uma ansiedade constante e a uma busca incessante pela perfeição. É muito importante para o desenvolvimento da auto-estima da criança e do adolescente que os pais consigam separar o que são suas expectativas daquilo que realmente o filho consegue dar conta. 


Não basta apenas constatar que uma criança ou adolescente é ansioso, é necessário observar o comportamento e identificar quais são os motivadores que geram os sintomas limitantes da ansiedade.  Observando e entendendo os motivadores podemos desenvolver estratégias para ajudar a criança ou o adolescente. 

Ana Cláudia Vargas da Silva
Psicóloga
Juiz de Fora-MG


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