sábado, 1 de agosto de 2015

A importância da espiritualidade para a saúde mental

A religião é indiscutivelmente uma das formas mais antigas e gerais de manifestações humanas. É evidente por si mesmo  que qualquer tipo de psicologia que trate da estrutura psicológica da personalidade humana não pode evitar pelo menos a constatação do fato de que a religião não é somente um fenômeno sociológico e histórico como também tem um valor pessoal muito significativo para as pessoas.

A religião é reconhecida como provedora do re-equilíbrio e saúde da personalidade, sendo o bem estar espiritual uma dimensão do estado de saúde, assim como são as dimensões corporais, psíquicas e sociais.

Estudos que analisaram a correlação entre saúde e religiosidade apontaram que o envolvimento religioso e a espiritualidade estão associados com melhores índices de saúde, incluindo maior longevidade, habilidades de manejo e qualidade de vida, assim como um menor índice de ansiedade, depressão e suicídio. Além da menor probabilidade de uso de drogas lícitas e ilícitas e de apresentar comportamentos de risco. 

As práticas religiosas podem ter influência importante em como as pessoas lidam com os eventos traumáticos, promovendo percepções resilientes e comportamentos como a aprendizagem positiva da experiência, o amparo para a superação da dor psicológica e a auto-confiança em lidar com adversidades. 

Muitas pessoas acreditam que psicólogos não consideram a religião e até mesmo são descrentes, o que as leva a desconsiderar a procura de ajuda quando necessitam, quando na verdade esse pensamento é mais um dos mitos criados a respeito da figura do psicólogo. 

O tipo de crença do profissional não deve interferir no atendimento do paciente. Na psicoterapia, ao abordar temas sobre religiosidade e espiritualidade, o terapeuta deve pesquisar o papel da religiosidade no sistema de crenças pessoais do paciente e como tal fato pode se usado de forma benéfica para a pessoa. 

A psicoterapia deve voltar-se para o paciente e seu sistema de crenças, no sentido de potencializar suas capacidades.Já o psicólogo deve estar preparado para abordar questões sobre religiosidade quando estas aparecem no ambiente terapêutico.  

Uma vez que explorar crenças religiosas e espirituais pode ser útil no processo terapêutico, é uma necessidade e um dever ético o respeito a essas opiniões, a empatia, assim como a continência a realidade que o paciente traz, ainda que o terapeuta não compartilhe das mesmas crenças religiosas.

Ana Cláudia Vargas da Silva
Psicóloga
Juiz de Fora-MG

2 comentários:

  1. Muito boa e abrangente sua colocação. Parabéns! Você está no caminho correto. Sucesso, tanto na vida pessoal quanto profissional. A humanidade precisa, a cada dia mais, de profissionais conscientes de seus anseios.

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