segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Querer mudar o outro, dá certo?

Não é nada raro que nos relacionamentos existam discussões onde uma das parte exija mudanças da outra. E mesmo que o tempo passe, as brigas ainda continuam pelo mesmo motivo. Fato que leva a um desgaste emocional daquele que acredita que vai mudar o outro, da outra parte e do próprio relacionamento.


Quem tenta a todo custo mudar as atitudes de alguém percorre um caminho árduo, desgastante e estressante. Isso acontece porque quando acreditamos que podemos "mudar uma pessoa" acabamos por acreditar também que o outro tem as mesmas necessidades e forças que temos. E ao notarmos que este desejo não é dela ou mesmo que não tem forças para mudar, acabamos nos frustrando. Acabamos então por ver aquele que "não muda" com outros olhos, o que pode levar a relação a baixas.

Querer mudar o comportamento de uma pessoa é uma questão muito delicada, uma vez que a mudança de atitudes envolve comportamentos, crenças e todo o envolvimento de uma pessoa com o seu passado. Então, como exigir que uma pessoa tenha as mesmas reações que teríamos se não vivemos o que ela viveu?

Isso não significa que devemos aceitar tudo que o outro faça. Claro que não!!! É importante que o respeito a si e ao outro estejam presentes sempre. Mas devemos analisar se o que queremos mudar no outro é um desejo de controle ou até mesmo de ditar como as coisas devem ser ou algo que prejudica a relação.

As pessoas não mudam a medida que queremos, mas sim a medida que elas acham que devem mudar e quando acreditam que devem mudar. Não há nada que possamos fazer, além de sinalizar que gostaríamos de que houvesse uma mudança, por isso o mais importante é que exista uma conversa sincera e sem acusações e brigas.


Ana Cláudia Vargas da Silva


sábado, 17 de setembro de 2016

Ansiedade 3: Ansiedade Generalizada

O transtorno de ansiedade generalizada(TAG) é caracterizado por ser uma ansiedade persistente que dura, pelo menos, 6 meses. Pessoas com TAG se preocupam excessivamente com questões triviais, temem e antecipam o pior. 

Os sintomas mais típicos do TAG são:

  • Tensão muscular;
  • Inquietação;
  • Sensação de grande excitabilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Insônia;
  • Irritabilidade e fadiga.

  1. Diferença entre TAG e ansiedade normal
O TAG se diferencia da ansiedade normal porque se caracteriza por uma ansiedade e preocupação excessivas, que estão presentes na maioria dos dias da semana e por um período de meses. Já a ansiedade "normal" tende a diminuir em pouco tempo e não surge diante de um perigo que não seja real. 
No TAG não há um evento específico que desencadeie os sintomas, a preocupação é relacionada com os mais diversos eventos e atividades. 
A Ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, sendo que estudos apontam uma diversidade de conteúdo das preocupações entre jovens e idosos. Sendo que o primeiro o conteúdo está mais voltado a preocupações familiares e financeiras, e no segundo grupo as preocupações são mais relacionadas com sua própria saúde. 
No geral, o paciente com TAG pode também dirigir suas preocupações a confronto interpessoal, competência, aceitação, preocupação com os outros, questões do dia a dia e com a metapreocupação( preocupar-se com a preocupação).

2. Comportamento e Pensamento no TAG
Acredita-se que o paciente com TAG tenha os sintomas de ansiedade desencadeados pela interpretação que faz de determinada situação. Estes costumam ter baixa tolerância a incertezas e ao futuro. Ao serem confrontados com situações ambíguas, tendem a interpretar negativamente o que poderá acontecer. A interpretação que faz superestima um resultado negativo no futuro, que muitas vezes é improvável que aconteça, mas ainda assim o que é imaginado é um desfecho catastrófico. Com essa interpretação, o evento tornar-se insustentável e incontrolável, desencadeando um estado de hipervigilância e evitação da situação temida. 

3. Tratamento
A terapia cognitivo comportamental ajuda o paciente com TAG a reestruturar seus pensamentos e crenças que o fazem interpretar a situação de maneira errada, além de ensiná-lo técnicas comportamentais e treinos de relaxamento.


Ana Cláudia Vargas
Psicóloga
Juiz de Fora-MG

sábado, 23 de julho de 2016

Ansiedade 2: Transtorno do Pânico

As crises de pânico, geralmente, se dão enquanto a pessoa está envolvida em uma atividade normal de sua rotina (trabalhando, estudando...) e de um instante para o outro começa a experimentar um medo avassalador, terror, apreensão e sensação de que pode morrer.

Em um ataque de pânico os sintomas físicos são muito fortes e é comum que a pessoa sinta palpitações, dor ou desconforto no tórax, sensação de que está sufocado ou asfixiado, tontura ou instabilidade, calafrios ou ondas de calor, sudorese, desmaio, tremores ou abalos, medo de morrer, enlouquecer ou de perder o controle. Ao contrário do que muitos pensam, esses sintomas são sentidos de verdade, não sendo apenas imaginação da pessoa. 

Quando sentidos em grande intensidade, esses sintomas caracterizam uma crise de pânico. Mas atenção!!! Eu senti isso uma vez, então tenho transtorno do pânico? Não!!! Ter uma crise de pânico não significa que você tenha o transtorno. No transtorno do pânico, essas crises acontecem com muita frequência e não esporadicamente. 

Como acontece a crise de pânico? As crises de pânico são tão avassaladoras que impedem com que a pessoa analise o que se passa e muitos desconhecem uma informação importante: essas crises sempre têm um ciclo que se repete inúmeras vezes:



 Pacientes com esse transtorno, costumam sempre estar em hospitais e clínicas a procura de explicação para os sintomas gerados por esse ciclo. Sendo esse ciclo um contínuo , é preciso que a pessoa procure ajuda para quebrá-lo, pois com o evoluir das crises muitos tendem a se isolar e a evitar situações que acreditam ser perigosas.

Uma das terapias indicadas para esse transtorno é a Terapia Cognitiva Comportamental, que neste caso trabalha no sentido de mudar crenças, pensamentos e comportamentos que mantêm esse ciclo das crises. Para tal, são trabalhadas e ensinadas técnicas ao paciente, como técnicas comportamentais de controle da respiração e relaxamento até a exposição gradual ao medo e técnicas cognitivas que ajudam na análise e modificação dos pensamentos que desencadeiam e mantêm as crises. 

Em alguns casos, o tratamento poderá envolver o trabalho conjunto do psicólogo e de um médico psiquiatra, sendo esse responsável por prescrever medicações para o controle de crises muito graves. 



Ana Cláudia Vargas da Silva
Psicóloga
Juiz de Fora-MG



sábado, 9 de julho de 2016

Transtornos de Ansiedade- Parte 1


Quem nunca se queixou de estar ansioso e escutou de uma outra pessoa: "eu também sou muito ansioso". Em certa medida é verdade, todos nós somos ansiosos. E digo a vocês, ainda bem que somos!!! A ansiedade é uma resposta natural do nosso corpo que nos protege de ameaças e perigos que possam colocar nossas vidas em risco.


Então você me pergunta, se a ansiedade é algo natural, porque algumas pessoas chegam a se tratar por conta da ansiedade?

Pois bem, imagine que você vá fazer uma viagem amanhã, e comece a sentir-se ansioso. Então você começa a imaginar que talvez possa acontecer de um pneu estourar durante a viagem. Essa preocupação pode gerar em você uma certa ansiedade. E como isso será resolvido determinará se sua ansiedade é boa ou ruim. 
A ansiedade boa te moverá a checar o step e calibrá-lo e assim viajar com mais tranquilidade. Já pessoas com transtorno de ansiedade, tenderão a maximizar esse perigo, pois podem imaginar desfechos negativos sucessivos, como por exemplo certos tipos de pensamentos catastróficos como: "E se o step também furar", "E se não houver um posto por perto", "E se nenhum outro carro parar para me ajudar"....

Em síntese, a ansiedade boa nos move a solucionar possíveis acontecimentos, já a ruim nos paralisam devido a pensamentos disfuncionais. Sendo que esses pensamentos geram os sintomas de ansiedade muito mais fortes e exacerbados. Levando assim a sintomas físicos e psicológicos tão desconfortáveis que o indivíduo passa a ter várias áreas de sua vida limitadas. Então, se você percebe que sua ansiedade está começando a limitar suas relações sociais, seu emprego, seu estudo ou outras áreas importantes, talvez seja o momento de procurar ajuda de um profissional. 

Os transtornos de ansiedade são os mais comuns de todos os transtornos psiquiátricos e causam um comprometimento no funcionamento da pessoa e um sofrimento considerável. Esses transtornos são classificados conforme seus sintomas, o que leva a tratamentos diferenciados para cada tipo. Com o intuito de esclarecer esses diferentes tipos de ansiedade, falarei de cada um deles nas próximas postagens. 

Caso se interesse, você também pode ler nosso texto: Porque ficamos ansiosos?
Caso tenha dúvidas é só deixá-las nos comentários ou enviar para meu email, que irei respondê-las na medida do possível. 

Ana Cláudia Vargas da Silva
Psicóloga 
Juiz de Fora-MG
32 3083- 4463
vargas.anaclaudia@gmail.com 

sábado, 2 de abril de 2016

10 curiosidades sobre a ansiedade

1- A ansiedade é uma emoção necessária para a nossa sobrevivência;

2- A ansiedade se torna um problema quando se transforma em reações excessivas, persistentes e
irrealistas frente a situações cotidianas normais;

3- A ansiedade exagerada pode ser reduzida ao mudarmos nossos pensamentos, crenças e atitudes ligados a ela;

4- O curso normal da ansiedade é que ela vá diminuindo naturalmente, a menos que seus sintomas sejam supervalorizados;

5- Pessoas ansiosas acreditam que são fracas, impotentes e invulneráveis, e por isso subestimam sua capacidade de lidar com a ansiedade;

6- Quando ansiosas, as pessoas tendem a focar numa série de erros de pensamentos e assim permanecem concentradas em pensamentos de perigo e ameaça, levando a permanência do estado ansioso;

7- Um longo período de ansiedade pode levar ao medo de ficar ansioso e a pessoa passa a ter "medo de sentir medo";

8- Pessoas ansiosas tendem a não tolerar incertezas;

9-  Fugir ou evitar o que causa a ansiedade contribui para que ela se mantenha;

10-  A  maioria dos episódios de ansiedade são causados por preocupação excessiva.


Leia também: Porque ficamos ansiosos?

Ana Cláudia Vargas da Silva
Psicóloga
juiz de Fora-MG

sábado, 27 de fevereiro de 2016

O seu passado é um Trampolim ou um Sofá?

"E se eu fosse o primeiro a voltar e mudar o que eu fiz, quem então agora eu seria?"

Certamente se fizéssemos esse questionamento a nós mesmo não chegaríamos a uma resposta concreta. Uma vez que o que somos hoje é exclusivamente produto de cada acontecimento, cada atitude e cada momento que ficou no passado. Não tem como voltar, ou seja, jamais teremos uma resposta.Mas já que não há como voltar e estamos contaminados pelo nosso passado como o usamos, como um lugar de aprendizado ou como um um sofá, onde ficamos confortavelmente estagnados?

Para começar, gostaria de esclarecer meu ponto de vista de que dor é dor. Sim, não importa o quanto o acontecimento pareça insignificante aos olhos dos outros, se uma pessoa sofre por algo, esse fato merece atenção. Não importa se fulano superaria isso em segundos ou se beltrano nem ligaria. Cada pessoa tem sua forma de lidar com os fatos da vida, portanto não podemos quantificar a dor que cada fato pode causar nas pessoas. 

O certo é que por maior ou menor que tenha sido uma dor no passado devemos saber como usá-la no presente. Ninguém escapa de acontecimentos ruins e não temos como apagá-los de nossas memórias. Porém, quando nos agarramos ao passado os sentimentos ruins insistem em manter-se em uma intensidade ameaçadora, onde qualquer evento que nos faça relembrar do ocorrido os intensificam de tal maneira que nos paralisam.

Quanto mais nós agarramos ao passado, mas nos permitimos justificar para nós mesmos o porque somos de tal maneira. É o famoso "Hoje eu sou assim porque quando eu era adolescente...". É verdade que o passado nos molda, eu até disse isso no começo. Eu também disse que não há como voltar para refazer as coisas, porque também é verdade. Mas muito do que nos resta de ruim hoje devido ao nosso passado é porque nós nos permitimos ainda estar agarrados a eles. Porque estamos sentados no sofá do passado lamentado o que não deu certo ou o que poderia ser "se". E nesse sofá passamos a repetir os mesmos comportamentos no presente e a gerar mais e mais dor. 

Mas se não há como voltar e tomar a atitude que deveríamos ter tomado, há como levantar do sofá e usar o passado como trampolim.Usar o passado como trampolim é tirar um aprendizado daquilo que aconteceu, nos livrar da culpa, do medo, do rancor, reconhecer nossos erros para diminuí-los no futuro e tirar da experiência um maior auto conhecimento. Quando permitimos que o passado seja usado de forma saudável conseguimos nos livrar daquilo que nos prende a ele e então passamos a viver onde importa, no presente. Para isso isso é necessário paciência para superar a dor que se arrastou por todos os anos e seguir em busca pelo que podemos ser e ter de melhor nessa vida.

Mesmo que pareça uma missão complicada, é possível deixar o passado onde ele deveria estar. Se for um caminho penoso para se percorrer sozinho procure ajuda de amigos, parentes, de pessoas que você ama ou de profissionais que possam te fortalecer nessa jornada em busca de uma vida no presente. Apenas não desista da pessoa que você poderia ser hoje para se agarrar aquela que foi no passado.

E respondendo o questionamento da letra da música no início do texto: Se você voltasse ao passado e mudasse o que fez eu jamais saberei te dizer quem você seria hoje. Mas se você viver seu presente, fora do sofá do passado, você pode ser quem e o que você quiser.

Ana Cláudia Vargas da Silva - Psicóloga

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Estresse em cuidadores de idosos

Geralmente, o papel de cuidador é ocupado por um único membro da família, que fica responsável por todos os cuidados com idoso, mesmo que este possua outros familiares próximos. Sendo que as pesquisas apontam que a tendência é de que o cuidador do idoso seja, em uma hierarquia, a esposa, a filha mais velha, a nora mais velha e a filha solteira ou viúva. Ou seja, (geralmente)são as mulheres com maior idade que ficam com a responsabilidade de cuidar do parente idoso.

Muitos são os que relatam as dificuldades de se cuidar de uma pessoa idosa, seja pela personalidade difícil do idoso, pela falta de apoio dos parentes ou pelo cansaço do dia-a dia.Estes e muitos outros fatores podem levar o cuidador ao adoecimento.

Junto a esses estressores soma-se o fator das maiores responsabilidades recaírem apenas sob o cuidador, tornando-se comum o surgimento de  sintomas de estresse e/ou depressão, principalmente quando se trata de cuidados a idosos com doenças crônicas ou graves. Portanto, esteja atento aos seguintes sintomas:


Na presença de alguns desses sintomas, é importante que o cuidador procure a ajuda de um profissional para que assim possa trabalhar seus sentimentos e cuidar de sua saúde saúde mental. Afinal, para que possamos cuidar do outro, primeiro precisamos estar bem conosco. 

Ana Cláudia Vargas- Psicóloga
Juiz de Fora-MG

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

10 formas de amar a nós mesmos

Muitas vezes nos preocupamos em como demostrar amor aos filhos, companheiro, amigos e aos familiares em geral. Mas será que nos preocupamos em demostrar tal amor a nós mesmos?

Por diversas vezes cobramos das pessoas um amor que não doamos a nós mesmos. Se amar é o primeiro passo para que possamos desenvolver relações saudáveis com os que nos rodeiam. 

Aqui vai uma lista de 10 coisas que pessoas que se amam fazem no dia-a-dia, ao terminar se pergunte o quanto de amor você dirige a si mesmo.

1- Trabalhar a cada dia, buscando dar o seu melhor. Compreendendo que nem sempre conseguimos chegar a perfeição e que tudo o que conseguimos por meio do nosso esforço deve ser visto como uma vitória.

2- Usar os fatos negativos do passado como formas de aprendizado e não como "desculpa" para uma infelicidade eterna.

3- Permitir-se ficar triste quando coisas ruins acontecem e em seguida buscar meios para fortificar-se. 

4- Saber dizer "não" para as pessoas quando assim desejar.Saber que as pessoas também têm o direito de dizer "não" e que uma negativa não significa que seja algo pessoal.

5- Entender que nem tudo pode ser modificado e que tentar mudar o que não está em suas mãos é sofrer em vão.

6- Questionar os pensamentos negativos que surgem e descobrir o quão real esses são.

7- Questionar o que dizem sobre nós, sem aceitar tudo o que é dito como verdade absoluta.

8- Aceitar os erros que cometemos, sem nos cobrarmos a perfeição.

9- Apreciar as nossas qualidades sem compará-las aos nossos defeitos. 

10-  Nos olhar com os olhos que olharíamos para alguém que amamos e aconselhar a nos mesmo como faríamos com uma pessoa querida. 

E ai, você se ama? Sempre há tempo!!! Não espere um novo ano para amar a si mesmo, pois o seu amor é muito importante para você.

Ana Cláudia Vargas
Psicóloga
Juiz de Fora-MG

sábado, 7 de novembro de 2015

Abuso emocional, um vilão invisível

Quando falamos em abuso entre casais temos a tendência de relacioná-lo com agressões físicas e verbais. Isso pode ser justificado pela quase invisibilidade do abuso emocional, que não transparece por muitas vezes ser sutil. 

Quanto mais recente é o relacionamento mais invisível é o abuso, pois ele está envolvidos por crenças que o justificam, como: "Tenho ciúmes por a(o) amo" ou "Faço isso porque quero seu bem".



Uma vez justificada a forma disfuncional do relacionamento, o parceiro passa a acreditar nessas crenças e cria suas próprias crenças como: "É o jeito dele(a) mostrar que se importa comigo" ou " Ele(a) é assim mesmo e eu é que tenho que me acostumar."

Justificado por ambas as partes, o abuso emocional se mantem em sua invisibilidade por um longo tempo. E ao mesmo tempo em que se instala uma falsa sensação de estar tudo bem, também se instala a baixa-estima, a insegurança e a dependência no abusado; e o desejo cada vez maior de controle no abusador. 

O abusador, na busca pelo controle, pode usar diversos artifícios, como:

Tentar afastar o(a) companheiro(a) das pessoas, empregando esforços para que o abusado acredite que não deve ou que não valha a pena socializar-se, seja com amigos, colegas de trabalho ou familiares;

Jogos mentais, colocando-se em situações onde manipula o(a) companheiro(a) com o intuito de conseguir aquilo que se quer. 

Anular a identidade do(a) parceiro(a), fazendo com que tudo que o companheiro faça gire ao redor daquilo que o abusador deseja, até o ponto em que este tenha o controle absoluto da vida e rotina do abusado. 

Apontar as falhas e dar grande enfase a elas quando não consegue o que quer ou acredita que perdeu o controle. 

Os abusadores usam diversos artifícios para conseguir manipular e manter a sensação de controle absoluto do outro. Na maioria das vezes esses artifícios não são visíveis e quanto mais o abusado concorda com isso mais invisíveis elas se tornam. 

 Apesar de manter-se oculta a maior parte do tempo, é possível vê-las claramente quando o abusado perde o controle da situação, onde suas estratégias tornam-se mais agressivas para que ele retome sua sensação de controle.

O controle passa a ser a meta do abusador, em todas as situações e a todo momento, onde a cada dia anula, sutilmente e constantemente, o outro. O abusado passa a sentir-se infeliz e não enxerga qualquer possibilidade além de aceitar o outro "como ele é". 

Muitos abusados tentam mudar seu companheiro na expectativa de salvar o relacionamento, mas isso muitas vezes falha, pois o abusador tem o desejo insaciável de controlar o abusado e não reconhece esse desejo como patológico, mas como amor ou zelo. 

É preciso que ambos procurem ajuda profissional, o abusado para recuperar sua auto-estima e partir para ação de controlar sua própria vida e o abusador para compreender o porquê desse desejo incontrolável.

Quando um casal passa por isso não há quem esteja feliz, pois o abusado sente-se anulado e limitado a satisfazer apenas o desejo do outro e o abusador nunca está feliz, pois a mínima demostração de falta de controle traz uma grande frustração e mobilização para trazer o controle de volta.

É preciso coragem para sair de um relacionamento abusivo, mas é possível!!! Procure ajuda e não se esqueça:

Ciúmes não é amor,
Controle não é zelo,
Perseguição não é preocupação.
Isso tudo não tem nada a ver com amor, isso é ABUSO!



Ana Cláudia Vargas
Psicóloga
Juiz de Fora-MG
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sábado, 19 de setembro de 2015

6 sinais que apontam que seu trabalho está te estressando

Não é raro que ao receber um paciente pela primeira vez este tenha entre suas queixas o trabalho. Observo que essa queixa é muito frequente e que é motivada por diversos fatores que vão desde o relacionamento interpessoal até a falta do sentimento de valorização. 

Muitas vezes o estresse sofrido no trabalho acaba por se estender para outros campos da vida do paciente, o que pode dar-lhe a impressão de que nada em sua vida está dando certo. Portanto é muito importante que estejamos atentos aos sinais que aparecem e que podem ser indicativos de estresse causado pelo trabalho. Vamos a 6 deles:



Caso tenha se identificado com os sintomas acima por estes ocorrem com certa frequência talvez seja a hora de procurar ajuda. O estresse no trabalho pode trazer diversos prejuízos à sua vida profissional e pessoal. 

Além de problemas emocionais como depressão, isolamento social e agressividade, o estresse causado pelo trabalho também pode levar a sérios problemas físicos como problemas respiratórios, baixa imunidade do sistema imunológico, taquicardia, gastrite, dores de cabeças constantes e pressão alta.

Se esses sintomas já estão presentes, é importante que se procure ajuda para que você consiga compreender o que te levou a esse estresse e quais são as estratégias que pode usar para lidar com isso. 

Tratar o estresse causado pelo trabalho pode evitar diversos problemas como: queda da produtividade, isolamento social, autoritarismo e  conflitos entre a equipe e em outras áreas da vida.


Ana Cláudia Vargas da Silva
Psicóloga
Juiz de Fora-MG

sábado, 22 de agosto de 2015

As frustrações do dia a dia expostas nas redes sociais

Quem nunca se deparou com um post de um amigo reclamando da vida, do dia, do café morno ou até mesmo da amargura de se acordar cedo numa segunda-feira? Quem nunca, não é verdade!? Mas e quando essa pessoa somos nós e não conseguimos perceber isso?

Lembro que quando era pré-adolescente mantinha um diário pessoal e o guardava como se fosse a coisa mais importante da minha vida. Afinal, ali estavam todos os meus sentimentos, meus segredos, minhas frustrações e  quereres.

Assim como meus diários, hoje as  redes sociais se tornaram para algumas pessoas um diário da vida dirigido a todos os tipos de pessoas, sejam elas parentes, melhores amigos ou até mesmo aquela pessoa que você conheceu na noite anterior e no outro dia já a adicionou em sua rede de amigos virtuais. 

Mas porque escolher compartilhar coisas tão íntimas, como os sentimentos, a tantas pessoas?  Será que elas estão realmente preocupadas em saber o que está se passando com você ou apenas querem ter uma informação sobre o que se passa? Acredito que essas perguntas devam ser consideradas quando decidimos por falar sobre nós para as outras pessoas. 

Mas talvez, a mais importante de todas as perguntas seria: " o que eu ganho verdadeiramente e qual é o preço a se pagar por tanta exposição?

Observo que quando há uma grande carência afetiva saímos desesperados em busca de aprovação, mesmo que o preço que tenhamos que pagar seja a escravidão de verificar a cada segundo quantas curtidas recebemos. E quando isso acontece, a quantidade de curtidas é que passa a determinar o quanto  estamos belos, o quanto estamos sofrendo e se merecemos a compaixão dos outros. 

Está longe do objetivo desse texto determinar se esse comportamento é correto ou  não. Mas cabe olharmos para esse tipo de comportamento e refletir qual seria o real propósito de expormos sentimentos e frustrações para pessoas que pouco ou nada nos conhece.

Observar o quanto de carência existe em nós, se há a falta de pessoas próximas que possam nos escutar verdadeiramente ou se estamos em busca de aprovação e compaixão é o primeiro passo para podermos entender tal comportamento.

E por fim, lembrar que as brigas,seja com chefe,amigos ou namorado,não serão resolvidas pelas redes sociais através da hashtag "fica a dica", pois para isso existe algo muito menos moderno do que as redes sociais, mas muito mais eficaz,  que se chama diálogo! Assim como as frustrações do dia a dia, que seriam melhores administradas ao serem dirigidas as pessoas que realmente se importam com aquilo que sentimos e que possam nos apoiar verdadeiramente em um momento difícil.  

Ana Cláudia Vargas da Silva
Psicóloga
Juiz de Fora-MG

Querer mudar o outro, dá certo?

Não é nada raro que nos relacionamentos existam discussões onde uma das parte exija mudanças da outra. E mesmo que o tempo passe, as brigas...